Nilto Maciel, um ensaio crítico de mestre, de cabra macho
Cearense de fato que me fez lembrar a voz sincera e fiel
De Alencar contra as mediocridades, sem engenho e arte,
Do tempo do Império, principalmente, Castilho, capacho
Mor do poetastro Dom Pedro II. Mas, “O tempo e o vento”
Nos trouxe a impetuosa indignação justa e sábia de Ariel...
Agripino Grieco do Ceará! Ouso neste epíteto escarlate,
Declarar que você bateu ríspido nesse deslumbramento
Enfatuado, dissecando aquela mosca azul; o que sobra;
Nem alguma poesia... Apenas ilusão, a que se desdobra
Em excremento de hiena. Muito bom, o grito camoniano
Contra os sonetos sem métrica, que boçal ignaro engano
Dessa gente versejadora de espúria insignificante obra!
Publicar um livro é fácil, atividade mercantil de gráfica!
Contrata-se o serviço e rápido sai impresso o estorvo...
Vozes interiores não falam, para eles, Vozes d’África?
Você, Nilto Maciel, colocou essa vã poesia em pânico...
Todo mundo é gênio que escreve por dia um “corvo”!
Eu, Taveira, Catunda, o inolvidável Jap, quantas vezes
Interrogamos nós as musas, por que incontáveis reses?
Querem beber também na taça de Teócrito, a essência
Líquida do sol, mas na bocarra deles, o efeito nirvânico
Torna-se fel; falta-lhes o sério estudo, técnica e ciência
Para transformar dor, em Ulisses desafiando os deuses!
Nilto, nobre espírito de escritor de obras-primas, elogio
Seu lúcido critério crítico em denunciar essa epidemia
Virulenta de sicofantas das letras, literatos de sombrio
Estigma que amam figurar nos ambientes de academia.
Pau neles, macho! Serão logo esquecidos, tolos autores
Narcisistas que praticam uma literatura sem leitores...
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