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domingo, 22 de julho de 2012

Um Habsburg no meio do mato (Adelto Gonçalves*)


 (Ferdinand Maximilian Joseph Von Habsburgo, arquiduque da Áustria)
I


“Palavreado sobre a Liberdade e a Constituição gargarejam goela afora./ Construístes uma barraca para vosso aplaudido Senado./ Mas tudo é loucura e joguete das castas mais privilegiadas./ Pois onde se compram escravos, acrediteis, Liberdade é só caçoada”.


Estes versos, acredite o desavisado leitor, não são de nenhum ativista do século XIX, algum Bakunin (1814-1876) ou Ravachol (1859-1892) perdido nos trópicos, indignado com a instituição da escravidão ou a insensibilidade das classes privilegiadas. Mas de um infelicitado nobre alemão, Ferdinand Maximilian von Habsburg (1832-1867), o Maximiliano I, imperador do México, que acabou sua breve vida diante de um pelotão de fuzilamento por ordens de Benito Juárez, depois de três anos de reinado, período em que inutilmente tentou convencer os mexicanos de que uma cabeça coroada europeia valia mais que um presidente republicano.