(W. J. Solha)
Em meio
à trabalheira em que tento melhorar o libreto para a Ópera Vertical,
encomendado por Eli-Eri Moura, com estreia marcada para 28 de novembro,
enquanto tento dar continuidade a meu novo poema longo – Ecce Homo – que
comecei em fevereiro, e ainda assimilo a repercussão dos filmes pernambucanos
de que participei – O Som ao Redor e Era uma vez eu, Verônica – no Brasil e no
exterior, dou-me conta de que, nestes últimos anos, escrevi cinquenta comentários
a respeito de livros de autores brasileiros, especialmente paraibanos –
romances, contos, poesia, ensaios – de que mais gostei. Na verdade foram bem mais
de meia centena, mas o excesso não é digno das obras que lhes deu origem. Até
me desculpei com alguns autores por não conseguir encontrar caminho para o
núcleo de suas criações, limitando-me a dizer-lhes uma coisa e coisa por
e-mail, a respeito do que haviam publicado, e só.
Várias
dessas abordagens têm fotos, luxo a que me dava ao repassá-las pro amigo Elpídio
Navarro, para inclusão em seu blog Eltheatro, onde ele as divulgava com
insuperável zelo estético. Bons tempos em que passei quarenta semanas seguidas
desenvolvendo meus “brevíssimos ensaios muitíssimo ilustrados” de quarenta
páginas cada, depois uma “Arqueologia de minha vida pregressa” em dez capítulos
igualmente extensos, desperdício de esforço – pois de nenhum proveito alheio –
o que me faz pensar num título de Shakespeare: Muito barulho por nada.
O novo livro –
cujos originais já passei pra editora Ideia – tem nome longo: Sobre Cinquenta Livros Contemporâneos Que Eu
Gostaria de Ter Assinado, com destaque em “Sobre Cinquenta Livros”. Serão
quinhentos exemplares divididos em lotes que darei aos autores comentados para
que os repassem a quem lhes interessar possa.
Caramba,
como foi bom falar sobre o poder de síntese de Sérgio de Castro Pinto, sobre os
romances históricos de Paulo Vieira e Aldo Lopes, sobre as memórias de Claudio
José Lopes Rodrigues, Marluce Suassuna, Clemente Rosas e Abelardo Jurema, sobre
os elaboradíssimos romances e contos de Carlos Trigueiro, sobre os belos versos
de Affonso Romano de Sant´Ana, Ruy Espinheira Filho, Ivo Barroso, Soares
Feitosa, Hildeberto Barbosa, José Bezerra Cavalcante e Vitória Lima, sobre
soberbos romances de Esdras do Nascimento, José Nêumanne, Moacyr Scliar, Tarcísio
Pereira, Nilto Maciel, Ronaldo Monte, Rinaldo de Fernandes e Marília Arnaud, sobre o Paixão Segundo o Metrópole, do Zé Bezerra, sobre ensaios de Bráulio
Tavares e Otávio Sitônio Pinto, sobre a poesia tão paraibana de Jessier
Quirino.
Que isso
lhe seja de algum proveito.
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