Ainda me lembro bem...
O carro do tempo
passou por mim,
freou e, antes de parar,
quebrou o seu eixo
de infindas desoras.
Eu, parado, enfiei
estes olhos destemperados
no seu turvo maquinismo.
Lá, bem no centro de tudo:
um carrilhão do passado
preso às férreas engrenagens
de um futuro (oni)presente.
Quis, então, religá-lo,
mas o velho relojoeiro,
senhor de barbas postiças,
esbravejou infinitamente.
...
In
tempore, saí, sem rumo.
E, até hoje, ainda espero
a passagem novamente
do (meu) carro do tempo
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clauderarcanjo@gmail.com
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