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sexta-feira, 8 de março de 2013

Contigo, Bento (Luiz Martins da Silva)




 










Contigo, Bento, agora me sinto
Um pouco mais abençoado.
Sigamos juntos para o mesmo sono,
Até que o próprio Deus por fim acorde.

Recolho-me também contigo Bento
Ao pouco que este mundo ainda pede,
O ínfimo a se guardar além da pele,
Casulo derradeiro aquém da alma.

Também almejo para mim a mínima cela,
Aquela, que no âmago, já nos cinge
Ao umbral que dos desejos se despede,
Às primeiras tonturas da eternidade.

Bendigo a ti, Bento, e tua renúncia
A tudo que se nomeie vaidade,
A mais fugaz âncora de um barco
Que não tarda ir-se à outra margem.

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