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quinta-feira, 7 de março de 2013

Elegia pela ausência de Francisco Carvalho (Márcio Catunda)





 








Chove fino e triste pela viagem transcendental do poeta.
É mais um espinho na minha coroa de martírio.
O rouxinol canta de emoção
porque o poeta disse adeus.
Chove na cidade e no sertão
pelo visionário dos hipocampos,
pelo profeta inimigo dos opressores,
pelo campeão dos ritmos,
pelo telúrico amador da palavra idílica.
Estou sempre em falta com os grandes amigos
e nunca espero que eles me faltem.
Preciso me perdoar por esta debilidade.
A chuva é para mim como um pranto na alma.
Rezo para que a morte não seja uma derrota,
mas a saudade oculta
já exerce os seus poderes angustiantes.
Taberneiros do mundo,
afogai a mágoa de quem fica perplexo,
sem entender o mistério!

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