Inspiração é a expressão que me faz acreditar que a boa literatura me
ensina a viver neste mundo e a sobreviver na expressão literária como força
libertadora. Como exemplo, a magia se renovou com os autores que lutaram
pela liberdade de expressão: Carlos Drummond de Andrade; José de Alencar;
Guimarães Rosa; Augusto dos Anjos e, agora, com Nilto Maciel no livro Gregotins
de desaprendiz.
Nilto
Maciel é feito de palavras: a magia com ele se renova no instante de ser a
transparência das palavras; na transformação do pensamento em desejos, para
revelar escritores que tem a palavra como bandeira da liberdade de expressão e
da liberalização dos costumes em favor da cultura, como “Alheio à palavra de
ordem “poesia deve ser um jeito de denúncia” (Capítulo: Outros Poetas do Ceará).
A magia se renova quando Nilto, em Gregotins de desaprendiz, abre as portas para o leitor conhecer quem sustenta a boa literatura e assim, a poesia e a prosa ficam como instrumento de sedução, onde o estilo e a inspiração oferecem ao leitor a imediata sensação de bem estar, até porque o bom leitor procura por novidades. E, a redescoberta por Nilto de tantos escritores esquecidos, desconhecidos e desconsiderados pelo mundo editorial, enriquece e espalha pelo mundo a mágica renovada em “padrão” de textos consagrados, fazendo do leitor o seu ponto de encontro. “Por extensão, a palavra é, ainda, pedra no meio do caminho e nela o poeta tropeça para descobri-la. A palavra existe em abundância e ao poeta cabe alcançá-la” (Capítulo: Joanyr de Oliveira: um poeta quase Bíblico).
É efeito e tanto; fatia da literatura para enfrentar a realidade diária. Esse tipo de postura gera impasses: emoção versus razão e liberdade versus criação, onde a magia se renova.
Nilto Maciel, ao desenhar palavras que sente e reapresentar autores que considera, rompe com a norma e a transgride na literatura e, algumas vezes, no comportamento, porque ao criar mostra diversas nuances ao mesmo tempo que revelam a sua manifestação cultural. “Até onde ou quando somos sempre outros?” (Capítulo: Socorro Trindad: Misturando o joio e o trigo). Ele renova a magia com as observações e personifica sua escrita no desvelar autores e transmitir suas sensações, que variam de acordo com o momento da leitura e da época, como expressa em W. J. Solha: A Lucidez Possível.
Nesse sentido, o livro Gregotins de desaprendiz é dinâmica de inspiração, onde Nilto Maciel registra aquilo em que acredita: obras com liberdade de expressão onde a magia se renova. Ainda, mostra que mesmo as coisas mais simples podem se tornar sublimes na escrita.
A magia se renova nesse livro, porque tem o que dizer sobre todos os tempos; resgata emoções e recupera valores em épocas de incertezas. Nilto deixa claro que o escritor mais indicado é aquele que consegue conter a alma da obra e refletir os sonhos na literatura.
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