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sábado, 15 de junho de 2013

Capacho (Clauder Arcanjo)






Pequenino, serviçal de miudezas. Porta-voz de recados, ordenança de diminutos agrados. “Uma água, José!”; “Os meus chinelos, menino. Ligeiro!...”.
Rapazola, o leva-e-traz para o mandante de plantão. A conta dos favores em moeda um pouco mais alta. “Dê um fim nessa nota, José!”; “Assuma essa coisa por mim, rapaz. Limpe o meu nome, você não se arrependerá”.
Hoje, preso, sobre o lombo uma penca de crimes; só e abandonado pelos “patrões”, com a voz da mãe a revisitá-lo no pesadelo escuro.
— Filho! Filho!... Não se preste a capacho de ninguém, filho!

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