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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Confidência (Mariel Reis)



Para o Pato
 






Murmurava à pedra
Com lábios tão próximos
Que fazia ciúmes
À sua própria esposa.

Orelhas invisíveis
Acatavam a sua prece?
O que lhe soprava o vento
Em movimento incessante?
Trazia de volta à sua confidência?
Por que se mantinha indiferente
À sua frente sua amante?

A sua esposa não cuida das palavras
Desperdiçadas por tanto tempo
Nesse diálogo inútil;
Exige, apenas, o desatamento
Do silêncio a que está condenado
Os seus lábios colados à pedra.

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