Em
homenagem à passagem do dia das mães, escolhi Martha Rocha para ser lembrada,
pois, todas as mães brasileiras são bonitas por dentro e por fora e têm uma
beleza irrepreensível, desnudando a alma da mulher. Martha colaborou para
deixar marcada aquela época como dos “anos dourados”, como gostamos de nos
referir às nossas mães.
Lembrando, a baiana Martha Rocha foi eleita Miss Brasil, em 1954, aos 21 anos
de idade. O júri era composto pelo poeta e acadêmico Manuel Bandeira, o pintor
Santa Roza, o romancista e deputado Armando Fontes, a escritora Helena
Silveira, o escritor Fernando Sabino, o cronista e poeta Paulo Mendes Campos e
o jornalista Pompeu de Souza.
Por arte de magia, Manuel Bandeira declarou: Martha Rocha reúne as
qualidades para lutar pelo título. Os olhos da baiana são um poema, o corpo é
de uma plástica irrepreensível, os cabelos são louros e o sorriso é admirável.
O poeta estava mesmo com razão.
Sentimos saudades daqueles tempos um tanto ingênuos que, ainda hoje, quando os
lembramos, empolga todos nós e valoriza as mulheres; Martha foi escolhida a
mais bela por intelectuais e celebridades, recebendo total consagração popular.
Os cronistas Carlos Leonan e Ana Maria Badaró perguntam: quem contesta a musa
Martha Rocha? Seria o mesmo que perguntar: quem é a mãe? Todas são mães e
musas.
Mãe é aquela que tem amor materno e passa para o seu filho confiança,
independência e autonomia, para que ele esteja preparado para traçar a sua
linha de vida, fazer as suas escolhas e superar as suas frustrações, até o dia
em que se torne adulto, construa sua família... abrace seu filho e o saiba
confortar nas horas difíceis.
A
vitória de Martha é a vitória das mães, ambas alcançadas por seus desempenhos e
qualidades. Elas serão sempre nossas eternas musas, como apresenta Pedro Du
Bois, “Sabe da vida / razões explicitadas / no que faz durante os dias //
recebe e oferece / o contido / o inconsentido / o recolhido / e o extravasado
// tem o amor inteiro e completo / no suave perfume invadindo o ambiente //
concede o afeto / e o torna perto / em sua verdade // sente o corpo descansar /
e se refaz inteira / na integridade”.
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