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sábado, 24 de agosto de 2013

Balada, Noite nº 32 (Ranieri Basílio)













Não vou poder desenvolver
O meu mistério, minha dúvida,
Sem compreender o que se muda.
É tão difícil nada ver.
Puro desejo que inexiste.
       E algo ainda existe?


Certo, talvez o compulsivo
Consolo possa resguardar
O monopólio do lugar
Em que habitamos. Sem abrigo
Desconsolo estou na rua.
       E existe Lua?

Lodo no fundo, barco negro,
Nado afogado em próprio sangue.
Nunca na estrela se passou
Brilho do fogo, luz no teto.
Conto no conto, canto dantes,
Os rastros, fatos, toda a noute
São recontados nas mil fábulas.
       Mas qual a caça?

Cantam cinemas do milênio,
Cantam melosos concretismos.
Pirâmide é pirâmide, é
Pirâmide, é um bicho vivo.
Cismas contentam a balada
       Cheia de nada?

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