(Sânzio de Azevedo, poeta, ensaísta, historiador e professor de Literatura Brasileira)
Caro
Nilto Maciel:
Muito obrigado pela oferta do seu livro Como me
tornei imortal que, antes de tudo, está belíssimo graficamente, como eu já
disse à Albanisa. Obrigado também pelo capítulo sobre mim, altamente generoso.
Senti falta apenas de uma alusão às cartas que trocamos, eu em Fortaleza e você
em Brasília. No capítulo sobre o Raymundo Netto, flagrei uma pequena falha da
sua memória: O Raymundo viajou a Aracati numa kombi comigo e com o Salgueiro.
Foi quando o vi pela primeira vez. Bom, obrigado mais uma vez.
(...) Vivo me gabando de quase só escrever sobre
defuntos, e defuntos muito antigos, mas, lendo seu livro, vejo que tenho
interagido com um bocado de gente viva: fui amigo de Moreira Campos, sobre quem
escrevi antes e depois de sua morte; escrevi um ensaio sobre um livro inédito
do Francisco Carvalho, A Barca dos Sentidos, que ele terminou pondo como
introdução do volume; prefaciei os 20 Sonetos do Amor Romântico do José
Alcides Pinto, meu grande amigo; sou amigo do Caio; fui professor do Batista de
Lima na Faculdade de Filosofia do Ceará; não era amigo do Gilmar de Carvalho,
mas hoje posso dizer que sou; fui orientador do Carlos Emílio, uma façanha da
qual me admiro até hoje; Adriano Espínola é um dos grandes amigo de hoje;
Floriano Martins me entrevistou; Dimas Macedo já pôs epígrafes minhas em livros
dele, e eu lhe dediquei meu último trabalho sobre a Padaria Espiritual; do
Pedro Salgueiro, meu grande amigo, prefaciei O Espantalho; Dimas
Carvalho foi meu aluno na UFC; do Poeta de Meia Tigela prefaciei o último
livro, de título bastante complicado; Raymundo Netto é meu amigo; Carmélia
Aragão foi minha aluna no Mestrado da UFC; Clauder Arcanjo fez uma entrevista
comigo na revista Papangu, e no seu
Novenário de Espinhos há um texto meu. E já escrevi sobre Nilto Maciel. E
parece que esqueci o Virgílio e o Luciano Maia, que não estão no seu livro...
(...) Não creio que haja problema na
transcrição do que escrevi. Quanto à viagem a Aracati, seu engano foi apenas em
falar na ida, quando, segundo eu soube, você veio com o Raymundo na volta. Mas
é isso aí. Nem lembro o que escrevi, mas o que escrevi escrevi ("Quod
scripsi scripsi"), como dizem que Pilatos disse...
Abraços. Sânzio de Azevedo
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