poetas são por excelência fazedores de infância:
a dele, reinventada continuamente;
a das crianças já crescidas e adulteradas
a exigir novo arado, nova semente;
a das crianças pequenas e ainda a salvo
de promessas vãs, do adulto que mente...
o poeta segue sua sina de reinventador
levando consigo o menino vadio
que percorria por dias sem fim
as ruas de Paracatu e seu casario
foi neste recanto das Minas Gerais
que ele aprendeu, sem mestre, a bestar:
a ficar por ali, a observar, esperto
treinando a sensibilidade, o terno olhar
se hoje lhe chamam, por outros motivos, de besta
insiste ele em suportar no lombo a cipoada
pois para carregar no coração a gentileza
temos que aguentar, por vezes, peia, lambada
conviver com os adultos e suas estultices
(melhor traduzindo, tolice, estupidez)
é preciso mesmo evocar a infância
para ouvir de novo o "era uma vez..."
continua o poeta, ainda e sempre, uma vez
duas vezes, infindas vezes a insistir
que outros mundos, outras aventuras
temos a percorrer, a descobrir
quantas idades teremos ainda a inventar
a acrescentar nas linhas da vida?
nossa criança, se não bem cuidada
não chegará a ser amadurecida!
é sempre tempo, acredita o poeta
pra fazer menina ou menino crescer:
a começar da inteligência e do coração
graças às artes e desafios do conviver
quem se habilita, propõe o poeta
com o dedo levantado, a convidar:
quem vier por último uma prenda
pelo atraso haverá de
pagar!
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Abel Sidney - educador /
escritor
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