“Esses homens talvez morram com uma tremenda quilometragem
a seu crédito, mas nunca foram a lugar nenhum”. (E. B. White, em Aqui está Nova York)
Quando
criança, o choro. Chave para subir nos braços da mãe e caminhar. Pra lá, pra
cá. Pra cá, pra lá.
Jovem,
a decisão: pé na estrada. A descobrir novos horizontes, segredo para entrar nos
céus de outras cidades. Pra lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
Adulto,
a escolha do meio de vida: viajante. Com a bolsa de produtos a tiracolo, a
descobrir clientes. Pra lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
Hoje,
cansado, olhos baços postos nos chinelos puídos, e uma dor no peito magro.
Preso no asilo, e com a cadeira de balanço a ringir, ao sabor da monotonia. Pra
lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
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