(Quadro de Badida Campos) |
Imaginador é
a palavra chave para entender a comovente vida. O imaginador é quem reflete
tudo o que se tem de bom e ruim, como redescoberta. É quem encontra momento
para a arte e a comunicabilidade das obras, não permitindo espaços vazios em
tempos de clichês.
A imaginação
é capaz de encobrir um imenso terreno de referência cultural, isto é, me dá
poder para decidir que obras escolher. A maior prova de boas ideias aliadas à
vontade é poder mover montanhas ao mudar a paisagem.
As pessoas, culturalmente falando, dão significados diferentes às artes, o que contribui para o crescimento e a diversidade dos talentos, como em Ângulos Imaginários, de Carmen Presotto, “... sinto tua respiração / as sílabas silenciosas / e me guardo no sonho em que me esperas..”
As pessoas, culturalmente falando, dão significados diferentes às artes, o que contribui para o crescimento e a diversidade dos talentos, como em Ângulos Imaginários, de Carmen Presotto, “... sinto tua respiração / as sílabas silenciosas / e me guardo no sonho em que me esperas..”
Ao traçar
paralelo literário entre as obras encontro na imaginação a recuperação
simbólica da liberdade. O uso do imaginário me torna viajante solitário, herói
espiritual que, por vezes, chamo de culto à celebridade; invado o mundo da
literatura e saio de trás dos portões trancados. Torno-me condutor da renovação
cultural.
Penso que o
imaginador é o tipo de artista que necessita ser reconhecido para devolver à
próxima geração o sentido primordial de se conectar com sua própria história,
imaginando-a como fruto do processo criativo. Logo, leio as histórias, me
identifico com as situações e assim me inspiro.
Trato a
imaginação como passeio, saudade que me faz pensar na paisagem e na imagem como
poema. O encontro acontece e é ouro
puro para mim, como em Lima
Coelho, em “Imaginário”: ”Não me rendo ao espetáculo, mas à emoção.../ Não
me rendo ás palavras, mas ao sentimento, / Rendo-me aos sonhos para poder
viver, / Para alimentar-me a alma...”
Sinto e
anseio ser imaginador, tento fantasiar que a história da arte nada mais é que a
imagem da vida seja em cores ou em palavras. Pictoricamente, o resultado é de
que não preciso de manual de instrução para imaginar, até porque estou
acompanhada da magnificência da natureza.
O livro,
para mim, tem páginas repletas de luz, do tamanho do mar que, com limitações
inerentes ao tempo, traz prazer e alegria, leveza e alento à minha vida. Faz
sentido na busca do conhecimento, afirmando a imaginação, fazendo da realidade
o sonho, do tempo a arte, ao me revelar como imaginador. Nas palavras de
Fabrício Marques, “Sou só um /
a imaginar / azul / o silêncio / da aurora”.
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