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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Refúgio de Sonhos (Hilda Mendonça)

 

Recebi, com alegria, mais um lindo livro de poesias do amigo Vili S. Andersen, de Brasília, e confesso: nada melhor que receber de presente de Natal um livro de poesias, ainda mais sendo de um poeta que admiro e com poesias tão ricas.

Em meu livro O Observador do mundo há uma reflexão quanto à velhice: “O Homem só é velho quando deixa de sonhar”, pois o sonho nos mantém jovens, esperançosos e eis que agora recebo um livro do meu amigo Vili S. Andersen, Refúgio de sonhos. Sequer imaginara que o sonho viesse a se refugiar neste belo livro, cuja leitura nos leva a sonhar e, sonhando em poesias pelo Céu, pela Terra e pelo Mar, vamos nos refugiando nesse mundo de belezas conduzidos pelas mãos mágicas desse grande poeta gaúcho refugiado em Brasília, Vili S. Andersen.

A capa já nos remete a um mundo de voos imaginativos, onde podemos vislumbrar os três elementos citados em seu livro, a dividirem temas poéticos: Terra, Céu, Mar.

Nos poemas que compõem a parte "Céu", o próprio autor nos revela que são poemas “curtos, breves, apenas estalos de Graças amenos”, embora reconheça que são imbuídos no contexto Céu, mas que são diferentes, posto que o Céu é imenso, eterno.

Embora breves, os poemas deste bloco vêm carregados de uma leveza profunda, pois que leves por serem curtos e profundos, ao nos levarem a profundas reflexões, até quando fala de sua rotina: “Quando o dia amanhece/eu apago os vaga-lumes /e acendo os meus olhos”. “Sou sempre assim /com uma diferença: Quando o dia anoitece /eu apago os meus olhos /e acendo sonhos em mim”.

Vili, quantas vezes preferiríamos continuar com os vaga-lumes acesos e os olhos apagados em amanheceres pouco promissores. E, quando o poeta deixa o Céu e desce à Terra, afirma que “Poesia é milagre. Fora disso é tatear paredes”. No entanto, tatear paredes nos dá ideia de buscas superficiais e não é o que acontece neste bloco. No "Céu" há o sonho, na "Terra" parece firmar raízes em versos mais telúricos, mas eis que ondas chegam à praia e o arrastam para o Mar, entre sorrisos de espumas, e confessa não ser o que aparenta ser, mas fica-nos a certeza: o que é o poeta senão um Ser que se refugia nos sonhos?

E nesse Refúgio de sonhos, de Vili S. Andersen, todos os poemas são um deleite para almas ávidas de um refúgio ameno neste nosso mundo nada ameno que pouco espaço nos oferece para sonhos e, menos ainda, para a poesia. No entanto, quem é poeta é poeta em qualquer circunstância.

Parabéns, Vili, por nos brindar com mais este diamante.


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