"Tornamos
os números a invenção soberana da soberba...” (Pedro Du Bois)
A
história e a inspiração são o que dão significado à tradução dos instantes, em
números: aniversário, nascimento e morte.
Reconto em números nossa trajetória: datas são questionamentos onde a vida se multiplica e divide o sentido simbólico aprisionado em números, que refletem o tempo na contagem dos dias ao reter na memória a história.
Reconto em números nossa trajetória: datas são questionamentos onde a vida se multiplica e divide o sentido simbólico aprisionado em números, que refletem o tempo na contagem dos dias ao reter na memória a história.
Incontáveis sonhos são a janela da alma, onde encontro riquezas culturais com
suas diferenças nas histórias (in)comuns.
Números são importantes para ordenar, classificar e quantificar os fatos através das lembranças. Os cinquenta anos de casados, por exemplo, marcam o amor que envolve a arte da convivência e as inúmeras alegrias vividas. Ao deixar me consumir pelos cinquenta anos, o espírito guarda o frescor a liberdade em ritmos repetidos ao som do começo, como retrata Pedro Du Bois, “festa de quinze anos / bodas de prata / aposentadoria // presentes da vida interior”.
Números são importantes para ordenar, classificar e quantificar os fatos através das lembranças. Os cinquenta anos de casados, por exemplo, marcam o amor que envolve a arte da convivência e as inúmeras alegrias vividas. Ao deixar me consumir pelos cinquenta anos, o espírito guarda o frescor a liberdade em ritmos repetidos ao som do começo, como retrata Pedro Du Bois, “festa de quinze anos / bodas de prata / aposentadoria // presentes da vida interior”.
Particularmente, gosto do número cinquenta, porque é um marco mágico e
simpático. Ele vem a ser, probabilisticamente, a metade do todo, em função dos
fatos contabilizados: a vida, o dia ensolarado, o amor, o jogo do nada, o preço
a pagar e a receber, os volumes da obra literária, o sorriso da criança e a
arte de voltar a ter esperança. Manuel Bandeira, ao completar 50 anos, apresentou
sua obra Lira dos cinquent’anos (1944).
Por
meio do número cinquenta, posso ir além, até encontrar na literatura as
histórias fantásticas, intrigantes e instigantes, como em Rubem Braga, no livro
50 Crônicas Escolhidas. Considerado um dos maiores cronistas brasileiro,
mostra suas ideias políticas, cotidianas e poéticas, definindo sua face de
homem e escritor como “uma identificação da alma”.
Outra
obra é a do escritor W. J. Solha; ensaios, resenhas e artigos que descrevem a
arte dos escritores de maneira instigante e atraente: Sobre 50 Livros Que Eu
Gostaria de Ter Assinado. Leva o leitor a voltar a sonhar com profundidade
filosófica, pois reflete a busca pela descoberta de novos autores e o
referenciar de seus valores. Solha desvela que a verdade precisa ser lida,
vivenciada e vista; por isso, sua apreciação de 50 livros. A obra atinge a
necessidade do inconsciente coletivo, qualidade versus literatura, ao
retratar personagens complexos e fascinantes, com fôlego criativo e narrativo.
Ele também conduz o leitor a pensar, aprender e a se surpreender com seu
talento na arte de escrever.
Encontro em Jorge Xerxes a literatura despojada que revela vários aspectos da
vida humana em seu livro As Cinquentas Primeiras Criaturas; são poemas,
crônicas e contos. Criaturas, porque trata do descalabro e da queda da
humanidade, manifestados de maneira incomum, mas com arte, sensibilidade e
criatividade.
Busco nos números a iluminação como guia de orientação sobre a ascensão. Mais do que interpretar a vida, revelo o poder dos cinquenta, como reflexão sobre escolhas e sentimentos. O poder dos cinquenta representa os fios da verdade na qual a metade é desenrolada pela vida que ainda está por ser vivida. O poeta Pedro Du Bois questiona, “Quantos cinquenta anos / precisarão ter / enquanto / as mães / os olham como crianças?”
Busco nos números a iluminação como guia de orientação sobre a ascensão. Mais do que interpretar a vida, revelo o poder dos cinquenta, como reflexão sobre escolhas e sentimentos. O poder dos cinquenta representa os fios da verdade na qual a metade é desenrolada pela vida que ainda está por ser vivida. O poeta Pedro Du Bois questiona, “Quantos cinquenta anos / precisarão ter / enquanto / as mães / os olham como crianças?”
/////