Quantos anos que gente
sobe a vida
pensando que subiu,
cresceu, mudou,
a enganar-se na festa e
na bebida,
pra ignorar o mundo –
este robô!
Vive-se o tempo. E
as horas consumidas
em vãos gozos e gulas,
sem fronteiras,
desconhecem as dores
pressentidas,
e o fumo das batalhas
derradeiras.
Ninguém espreita a onda
dos mistérios,
da velhice, da doença e o
conteúdo
de mascarados e sutis
impérios.
A lei da morte apaga
amor, carinhos,
porque o tempo de Deus
ficou desnudo
na cruel desesperança dos
caminhos.
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