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terça-feira, 5 de junho de 2007

O homem como todo dia (Clodomir Monteiro)


(A cama, Toulouse Lautrec)


O homem que matou o diabo
dorme comigo como toda noite
pela manhã acordo de lado
lado esquerdo da cama me chama


antes e depois de mim amado
pelada a pele podas açoites
sem chifre e garfos fita me frita
falo direito beijo abandonado


carmim espelha por todo lado
menarca espalha sobras nas frontes
sem lucifer é o que mais grita
calo e bico bicos da mama


depois dois por fim ato macabro
ménage lobas rinocerontes
sem calda e caldo vindo me agita
falo caido sua dor derrama


se daimônia tem lugar na mesa
sobem comigo toda manhã
homenagem é ménage à trois
lado direito da cama me aninha




diatribe que o homem matou
dorme comigo como todo dia
hominida salva a inocência
lado torto que o lençol alinha

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segunda-feira, 4 de junho de 2007

Vers sans rimes (Nilto Maciel)
























Gaspar Barbacena conheceu Laurent Tailhade numa noite de 1894. Dias depois, um atentado anarquista quase matou o poeta francês. No ano anterior, Laurent havia defendido Vaillant da acusação de ter lançado uma bomba contra a Câmara.