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domingo, 3 de fevereiro de 2008

Pontos da jornada (Anderson Braga Horta)



Colho ainda frescos
nos lábios da noite
os primeiros fonemas da aurora

§

Tão cedo, e tropeço
nas pedras do dia.
Mas a flor é minha,
canto com Cecília.

§

De repente me sinto
um com todos os homens
e com todas as mulheres.
Eu sou as crianças do mundo!

§

A tarde chega
com seus pântanos.
De umas águas turvas e paradas
construo uma flor.

§

Outra noite me acena.
Prelibo o negror
de sua pele e seus cabelos.

§

Que oferenda levarei para as estrelas?

§

Arder, arder: outro nome do amor.
/////

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O bom selvagem (Nilto Maciel)


















(Retrato de índio tapuia, de Albert Eckhout)


PRESENTE
As noites aqui no Boqueirão já foram mais alegres. Agora nem saio mais de casa. Se há luar, olho para o céu, feito poeta de antigamente. Porém não dura um minuto sequer meu namoro com as estrelas. E volto ao caderno, onde escrevo em minha língua a História do Brasil. É uma tradução apenas.