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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Construir (Pedro Du Bois)




O telhado impede

a natureza


o piso

concede aos pés

a maciez


as portas, bifurcações

do acaso: entrar

sair

ficar na soleira

voltado ao tempo

original da hora


janelas permitem observar

a rua pelo lado de fora.


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terça-feira, 16 de novembro de 2010

(Alguns) versos marinhos (Silmar Boher)



Céu azul do pensamento,

ventinhos fazendo farra,

águas calmas, verso-intento

cá no cantinho da Barra.


Num eterno filosofando

vou então a excogitar,

a vida é o eterno avatar

que vamos emoldurando.


Os ventinhos, doces ares

da estação primaveril

trazem alaridos mil

na volúpia dos cantares.


Tarde nublada no mar,

ventinhos em romaria,

somos três a excogitar,

eu, os versos e a Poesia.


Vivo na vida impregnado

do rumor eterno dos mares,

dir-se-ia, rum(or)(ar)ejado

de bulícios e avatares.


Para a glória da Poesia

nos quatro pontos cardeais,

seguimos, eterna romaria,

eu e os versinhos banais.


Mares verde-azulados

na manhã segunda-feira,

queres queira, quer não queira,

vagam versos alumbrados.


Ventinhos andam rondando

a agitar os meus papéis,

são ventares ventanejando

os versinhos-ouropéis.


Vagam versos-maresia

cá na beirinha da praia,

até mesmo a essência gaia

anda ao léu em romaria.


Eivada de inspiração

a natureza aqui na Barra,

os ventos fazendo farra,

as águas uma doce canção.


Andam ventos-maresia

ali na beirinha da praia

insuflando essência gaia

com murmúrios de Poesia.


De vez em quando acordo

com um verso me chamando,

em súplicas, suplicando

para tê-lo em meu bombordo.

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