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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por causa da arrumação (Carlos Gildemar Pontes)

gilpoeta@yahoo.it

Hoje resolvi ler contos. Sobre a mesa ainda estava o livro recém chegado do Nilto Maciel. Tirei-o do envelope e li rapidamente a dedicatória. Abri metade de um sorriso e prometi a mim mesmo ler até o final do ano. Acontece que a moça da limpeza, por causa da arrumação, embaralhou os livros que recebo e colocou o Luz vermelha que se azula sobre os outros. Talvez eu tenha deixado para o final do ano, porque sou muito exigente com títulos dos livros e o Luz vermelha que se azula não me motivaram ou não me chamou atenção.

sábado, 27 de agosto de 2011

L'après-midi d'un faune (Nilto Maciel)



Hoje quero dedicar o dia a Ronaldo Werneck. Ou aos três livros que me enviou recentemente. Antes, porém, preciso contar uma história: Comprei um relógio, que, de hora em hora, me convoca para a vida. Um chato! Mas necessito dele como gato não pode prescindir da língua para se lamber e limpar. Não fosse ele, o relógio, coitado de mim!, estaria entrevado, torto, cego, só pele e osso. Pois quando me ponho a ler, escrever, ouvir música, ver filmes, documentários, entrevistas, perco a noção do tempo e deixo de me alimentar, tomar banho, beber água, suco, caminhar, cumprir obrigações mercantis, telefonar para minha irmã mais velha, cortar as unhas, podar a cara (resta um bigodinho ralo e branco). Não fosse ele, o relógio chinês que fala, eu estaria morto. Certamente apenas morto de corpo, pois minha alma está mais viva e atenta do que nunca. Porém, nem só da palavra vive o homem, mas também de pão.