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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Brasília revisitada (Emanuel Medeiros Vieira)

(Para Clarice e Lucas, meus filhos, que aqui nasceram)


Não, não quero falar da cidade estigmatizada, dos poderes – podres ou não..

Não a urbe oficial, dos altos tecnocratas, dos políticos que só conhecem o aeroporto, carros oficiais, palácios, ministérios, o Congresso, restaurantes chiques, e boates de “moças de luxo” – caras, da mais antiga profissão.

A cidade que amo é outra.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O ocaso (Carlos Nóbrega)



 
No cairzinho da noite
os velhinhos da rua Barros Leal
arrastam velhas cadeiras negras
para diante da rua
e se aconchegam em seus colos
tão íntimos.
Fazem isso desde quando
existe tarde,
desde sempre.
E as cadeiras
automatamente
por força do hábito
põem-se a se balançar sozinhas –
Vagarosamente
Penosamente,
como velhas babás descadeiradas.

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