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domingo, 6 de maio de 2012

Inspiração e transpiração (Emanuel Medeiros Vieira)




Perguntaram-me numa escola em Brasília : “Como se faz um bom livro?” Eu sorri, sala cheia, jovens de 20 anos. Sabia de cor a resposta de Somerset Maugham: “Há três regras para se escrever um bom livro. Infelizmente, ninguém sabe quais são.” Porque escrever não tem receita. Tem inspiração sim. Mas tem muito trabalho. “Transpiração”, disciplina. Há que começar a faina diária mal rompe a aurora. Todos os dias, todos. E ler, muito. Reler. Ler mais. Sempre. Até o último suspiro. Se pararmos de ler, vamos morrer.

sábado, 5 de maio de 2012

O Brasil pré-ditadura em ‘Vasto Mundo’ (Adelto Gonçalves*)

I

Usar a ficção para reconstituir a realidade com outras palavras e outros nomes – até para não ferir suscetibilidades – é o desafio que muitos escritores têm imposto a si mesmos – mas nem sempre todos se saem bem, o que é natural, pois tudo depende do talento de cada um. Não é o caso do autor deste livro, Alaor Barbosa. Romancista, contista e estudioso da literatura brasileira, Barbosa escreveu Vasto Mundo, volumoso romance de 704 páginas, como uma forma de procurar entender a trajetória de sua própria vida, a partir da transfiguração da realidade. E se saiu muito bem.