Açude Velho, velho que nas plagas
Ondulantes emerge como um sonho.
Evocas minha infância, nela ponho
Todo meu ser coberto hoje de mágoas.
Não falo no veludo que me afaga
Os pensamentos todos, os tristonhos
Sentimentos, discretos; não deponho,
E em silêncio me banho nas tuas águas.
Vejo-te assim tristonho, velho açude,
Sem gozar nem um pouco de saúde.
Pelo verde que tem ao teu redor,
Noto o feliz contraste em nossa dor.
Eu, quando a tristeza surge, fujo;
Já tu não, pois poluído sofres sujo.
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