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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Açude Velho (Ranieri Basílio*)



Açude Velho, velho que nas plagas
Ondulantes emerge como um sonho.
Evocas minha infância, nela ponho
Todo meu ser coberto hoje de mágoas.
Não falo no veludo que me afaga
Os pensamentos todos, os tristonhos
Sentimentos, discretos; não deponho,
E em silêncio me banho nas tuas águas.
Vejo-te assim tristonho, velho açude,
Sem gozar nem um pouco de saúde.
Pelo verde que tem ao teu redor,
Noto o feliz contraste em nossa dor.
Eu, quando a tristeza surge, fujo;
Já tu não, pois poluído sofres sujo.

*

O conto na terra do conto (Pedro Salgueiro)


(Pedro Salgueiro, Carmélia Aragão, Nilto Maciel, Aíla Sampaio e Raymundo Netto)

O conto é o gênero literário mais cultuado no Ceará (alguém já afirmou que temos mais contadores de histórias que bodegueiros). Rara foi a geração que não nos deu pelo menos meia dúzia de bons contistas. Mas raros são os excepcionais, visto que o gênero é difícil, escorregadio, enganoso, muitos acham que basta contar uma anedota interessante, alinhavar bem um caso curioso, para obter êxito.