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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Lições da tarde (Ronaldo Monte)



Tenho pena dos homens que perderam suas tardes. Tenho pena de mim, que sou pobre de tardes, tentando salvar algumas delas das salas fechadas em que trabalho. Quero-as de volta, uma a uma, para com elas aprender as eternas lições do tempo.

Aprendo com a tarde que o mais longo dos dias entregará sua luz à penumbra. Não adianta, nem vale a pena, querer retardar o passar do tempo. Inútil negar a lenta invasão das sombras com as luzes atemporais dos shoppings e escritórios. A tarde sempre cairá.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A síndrome de Bartleby (Franklin Jorge)



Enrique Vila-Matas escreve em “Bartleby e Companhia” sobre autores que, por algum motivo qualquer – absurdo, plausível ou inexplicável –, pararam de escrever de repente, em alguns casos depois de um grande êxito literário. A isto ele chamou de a “Síndrome de Bartleby”, numa alusão à célebre personagem de Herman Melville, o escrivão Bartleby, que deixa de produzir, quedando-se em seu emprego numa atitude contemplativa e respondendo invariavelmente com uma frase misteriosa àqueles que lhe mandam executar uma tarefa – Preferiria não o fazer.