Tenho pena dos homens que perderam suas tardes. Tenho pena de mim, que sou pobre de tardes, tentando salvar algumas delas das salas fechadas em que trabalho. Quero-as de volta, uma a uma, para com elas aprender as eternas lições do tempo.
Aprendo com a tarde que o mais longo dos dias entregará sua luz à penumbra. Não adianta, nem vale a pena, querer retardar o passar do tempo. Inútil negar a lenta invasão das sombras com as luzes atemporais dos shoppings e escritórios. A tarde sempre cairá.