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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Taveira entre poetas e amigos (Nilto Maciel)




A leitura de A Fortuna Poética de João Carlos Taveira (Brasília: Editora André Quicé, 2012), de Alan Viggiano, me deixou a sensação de que vale a pena escrever. Se apenas um ou outro leitor se debruçar sobre determinada publicação, mesmo assim o autor poderá sorrir e dizer: fui lido, compartilhei o meu pensamento, o meu sentimento, a minha experiência de vida, a minha memória.  Se nenhum crítico aparecer para dizer isto ou aquilo dessa obra, não faz mal. A crítica é necessária, mas a arte pode prescindir dela. Se nenhum jornalista se lembrar daquele compêndio, nem mesmo no dia do lançamento, também não faz mal, pois tudo é transitório. Mas, se o lerem dez, vinte ou cem pessoas, o autor terá sido ungido pelos deuses. Melhor ainda se essas criaturas forem Anderson Braga Horta, Antonio Roberval Miketen, Antonio Carlos Osorio, Antonio Olinto, Ático Vilas-Boas da Mota, Cassiano Nunes, Esmerino Magalhães Júnior, Gerson Valle, Heitor Martins, Henriques do Cerro Azul, Hilda Mendonça, Jarbas Júnior, José Geraldo Pires de Mello, José Jeronymo Rivera, Jota Marinho, Leda Maria Vilaça, Margarida Patriota, Napoleão Valadares, Omar Brasil, Ronald Figueiredo, Ronaldo Cagiano, Ronaldo Costa Fernandes, Salomão Sousa, Wilson Pereira e tantos outros cujos nomes não se faz necessário mencionar agora. E foi isso o que aconteceu com João Carlos Taveira. Não só isso, pois tais seres especiais (que germinam poesia ou prosa literária) elaboraram artigos e estudos da maior importância (e que estão reunidos no volume aqui resenhado).

domingo, 4 de novembro de 2012

Seres emplumados (Paulo Lima)




Cronista que se preza escreve pelo menos uma crônica sobre passarinho. Esta não é bem uma regra, mas, digamos conta pontos, acrescenta milhagem, é indicativa de que o escriba cronicou sobre quase tudo, das pequenas ocorrências fortuitas da vida à existência efêmera de seres emplumados. É sinal de que uma ponta indisfarçável de lirismo sempre esteve incluída no seu horizonte de interesses. E o lirismo – isto também não é uma regra, mas agrega respeitabilidade –, explícito ou embutido, salvo juízo em contrário, é um componente primordial da boa crônica.