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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O Malba Tahan de Platão (W. J. Solha)



O Homem que Calculava (de Malba Tahan) e Mênon (de Platão) são livros que consagram raciocínios absurdos de resultados aparentemente corretos. A diferença é que a engenhosa brincadeira do primeiro, é engenhoso engodo pra nos convencer da imortalidade da alma, do segundo. Malba conta que seu protagonista viajava na garupa do camelo de um amigo, quando se interessou pela discussão de três irmãos sobre como dividir os trinta e cinco camelos herdados do pai, de modo que (conforme o testamento) o mais velho ficasse com  metade do lote, o do meio com um terço e o caçula com um nono, o que seria impossível sem que alguns animais fossem retalhados, pois os números obtidos não eram  inteiros. Esperto, nosso herói ofereceu a montaria que não era sua pra arredondar as contas e imediatamente refez a partilha, agora com mágica vantagem para todos, pois o primeiro, em lugar dos 17 e meio camelos ficou com 18;o segundo, que teria direito a 11 e um quebrado, ficou com 12; o terceiro, que ficaria com 3 camelos e pouco, ficou com 4 e, como a soma 18 + 12 + 4 dá 34, sobraram dois animais, um dos quais voltou ao amigo que dera a carona, o outro ficou pra ele. O segredo está no fato de que a soma de um meio, mais um terço, mais um nono não dá um inteiro.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Despojos (Nilto Maciel)




O que, por distração, transtorno, medo,
engano ou por qualquer outro motivo,
nos faz jogar ao lixo joias d’ouro,
moedas de valor, a nossa honra
e até a própria vida que nos deram,
não pode ser uma lixeira exposta
aos olhos passageiros na calçada.