O
que, por distração, transtorno, medo,
engano
ou por qualquer outro motivo,
nos
faz jogar ao lixo joias d’ouro,
moedas
de valor, a nossa honra
e
até a própria vida que nos deram,
não
pode ser uma lixeira exposta
aos
olhos passageiros na calçada.
é
a possibilidade de lançar
(podem
chamar de livre arbítrio, sim)
ao
léu, ou não, aquilo que ganhamos
no
decorrer do tempo oferecido,
e,
passo a passo, edificamos, certos
do
caminhar no rumo do infinito.
E
por que fora as joias atiramos?
Porque
os nossos braços, nossos dedos
se
encheram todos de desilusão.
Por
que arrojamos ao imundo cesto
o
acumulado ouro no baú?
Porque
ladrões nos rondam desde cedo.
Por
que nos libertamos das moedas?
Por
não haver na praça o que comprar.
Por
que perdemos a tão cara honra?
Porque
noss’alma para o charco voa.
E
então por que largamos esta vida?
Porque
se esfuma em finas labaredas,
as
mesmas que devoram fogo e lixo.
Fortaleza,
16 de novembro de 2012.
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