(Escritor João Soares Neto)
Último
dia do ano. Almoço em família. Falávamos um de cada vez, sobre os nossos
defeitos, algumas virtudes e a inquestionável independência que é a
característica de todos. Cada um vive por sua conta e risco, trabalhando duro,
mas agora estávamos rindo e brincando. Descontração total.
O
celular toca. Uma voz anasalada se identifica como Fausto. Não ouço bem. Há
barulho ao redor. Afasto-me da mesa, ouço melhor: Fausto Albuquerque. Ele mesmo
relembra que foi meu professor de Português no Farias Brito e acabara de ler o
meu livro “Microcontos”, que adorou e elogiou pela original forma como foi
tecido, com pouquíssimas palavras em cada conto, que é micro, mas não deixa de
ter a forma e o conteúdo de um longo ou breve conto. Fiquei alegre. Que
presente!