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sábado, 20 de abril de 2013

Pedaços de tripas (Homero Gomes)


Livros se vendem muito no Brasil. Os números abaixo não dizem outra coisa. No final da década passada, a Editora Sextante vendia, em média, 60.000 exemplares por título e, em sua trajetória, já vendeu mais de 30 milhões (2 milhões e 500 mil livros por ano, em média). Em 2009, por exemplo, esse número foi parar em mais de 7 milhões. Ela e sua coligada intrínseca venderam juntas mais de 10 milhões de exemplares de Crepúsculo e A Cabana. Em 2012, Ágape, do Pe. Marcelo Rossi, repetiu o prodígio. O que se sabe é que as duas venderam, na primeira década deste século, mais do que qualquer outra editora do país.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Catedrais de barro (Nilto Maciel)




O mal de certa gente afeita a redigir, na hora de lapidar seus contos e poemas, é torná-los quase enigmáticos. Não, não é certo usar esse “quase”. Na verdade, se convertem em signos indecifráveis, semelhantes a fórmulas, ao mesmo tempo cabalísticas e matemáticas. Conheço muitas dessas pessoas de aparência normal (nada de cabeças desproporcionais, antenas verdes plantadas na testa, como aqueles extraterrestres de Hollywood). São idênticas a nós: leem Machado de Assis, Fernando Pessoa, Graciliano Ramos e também Kafka e Joyce (em português). Vão a cinemas, teatros, ouvem música clássica, chorinho, Luís Gonzaga. Tomam chope, conhecem mulheres ou homens, gostam de feijoada, baião de dois e pizza. São quase (aqui cabe o advérbio) iguais aos outros seres humanos. Quando não chegam a tanto, se parecem com escritores.