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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ficar nu (João Soares Neto)



 
Escrever é ficar nu. É mostrar-se todo aos outros. É deixar que façam sobre você todo tipo de leitura, a partir dos valores de quem lê, história de vida, crenças, fantasias e projeções. Escrever é atirar em alvo desconhecido. A flecha toca o alvo que o leitor conduz no seu real, imaginário ou no terra-a-terra da sua ótica. Quando criticamos, elogiamos, brincamos, elucidamos, emitimos opinião sobre pessoa, coisa ou lugar, é claro que nos expomos. O ato de escrever é uma eterna exposição, se é julgado sem direito à defesa, criticado até sem dó ou piedade, pois o leitor é um desconhecido. Dizem que escrever é um ato de coragem. Prefiro dizer que é medo. Medo de silenciar quanto a fatos, pessoas e atos. É medo de ser cúmplice do silêncio, indiferença, calúnia, violência, enganadores, líderes de araque e do descalabro.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O jornalista Mário Vargas Llosa (Franklin Jorge)






Acabo de reler A Linguagem da Paixão (Arx, 2007), reunião de artigos e ensaios jornalísticos publicados por Mário Vargas Llosa em “El País”, Espanha, e noutros veículos afiliados.

Reafirma-se aqui a sua reconhecida e aclamada vocação beligerante e apaixonada uma comunicação instantânea com o leitor, através do magistério mais amplo do jornalismo que é sem dúvida uma das facetas do seu talento infenso à frivolidade e ao superficialismo.