Para o Pato
Murmurava à
pedra
Com lábios tão
próximos
Que fazia
ciúmes
À sua própria
esposa.
Orelhas
invisíveis
Acatavam a sua
prece?
O que lhe
soprava o vento
Em movimento
incessante?
Trazia de volta
à sua confidência?
Por que se
mantinha indiferente
À sua frente
sua amante?
A sua esposa
não cuida das palavras
Desperdiçadas
por tanto tempo
Nesse diálogo
inútil;
Exige, apenas,
o desatamento
Do silêncio a
que está condenado
Os seus lábios
colados à pedra.
/////