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terça-feira, 2 de julho de 2013

O sertão de Riobaldo – 4 (Enéas Athanázio)


(continuação)

Riobaldo Tatarana, narrador de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, é um dos personagens mais curiosos da literatura nacional. Homem do sertão, encarna como ninguém o conhecedor daqueles ínvios dos Gerais mineiros e goianos, falando sobre eles com a precisão e a familiaridade de quem os percorreu em todas as direções, atento e interessado, observando e aprendendo. Também impressiona a imensa galeria de figuras que conhece, desde os coronéis senhoreantes até os mais humildes dos viventes sem nome: fulão, sicrão, beltrão e romão. E surgem então os mais desusados e estranhos nomes e alcunhas, revelando a portentosa imaginação criativa de Guimarães Rosa. É um livro tão amplo, repleto de fatos e figuras, que me parece impossível ao leitor, por dedicado que seja, apreendê-lo em toda sua grandeza.

O sertão de Riobaldo – 3 (Enéas Athanázio)



(continuação)


Riobaldo, sobrechamado Tatarana ou Urutu Branco, personagem central e narrador de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, em certa fase da vida andava invocado com a figura do diabo. É que corriam notícias de que seus inimigos haviam feito um pacto com ele e que isso os protegia nos combates. Riobaldo, porém, duvidava da própria existência do diabo, e, por consequência, não acreditava no tal pacto, uma vez que é impossível pactuar com o que inexiste. Não obstante, o diabo estava sempre nas suas cogitações.