(continuação)
Riobaldo Tatarana, narrador de
“Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, é um dos personagens mais curiosos
da literatura nacional. Homem do sertão, encarna como ninguém o conhecedor
daqueles ínvios dos Gerais mineiros e goianos, falando sobre eles com a
precisão e a familiaridade de quem os percorreu em todas as direções, atento e
interessado, observando e aprendendo. Também impressiona a imensa galeria de
figuras que conhece, desde os coronéis senhoreantes até os mais humildes dos
viventes sem nome: fulão, sicrão, beltrão e romão. E surgem então os mais
desusados e estranhos nomes e alcunhas, revelando a portentosa imaginação
criativa de Guimarães Rosa. É um livro tão amplo, repleto de fatos e figuras,
que me parece impossível ao leitor, por dedicado que seja, apreendê-lo em toda
sua grandeza.