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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Balada, Noite nº 33 (Ranieri Basílio)



 














Não, não, poder desenvolver
Um cemitério ou “vida muda”.
Sem compreender o que matuta,
É tão bonito tudo ver.
Mesmo sem ver. O que inexiste?
       Ah, tudo existe...

Errado tudo o que foi vivo,
Manto cobrindo meu bailar,
Agora fica nisso que há.
O mundo fecha em meu umbigo.
O calor fere a triste Lua.
       E foi na rua?

Pobre matéria que não nego,
Não se consuma assim exangue.
A construção se desconstrói
Na compulsiva mão do medo.
A concordância, cada parte,
Vira fumaça no que dói.
Assim se faz o que se fala
       No que se cala?

Vamos partir para um convênio:
Beleza, saúde, fé, pedidos.
Ah, tudo morre numa lenda,
No que se narra do “perdido”.
Tanto barulho há na balada
       Mesmo calada? 

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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

De imortalidade e delírio (Ricardo Alfaya)



Caro Nilto,
Aproveito sua mensagem para registrar o recebimento de seu excelente “Como me tornei imortal”, cuja leitura estou fazendo aos poucos. Aliás, a crônica “Delírios verbais em tarde de setembro” poderia ter sido tranquilamente incluída nele.  Foi uma grande ideia que você teve o desenvolvimento desse estilo tão peculiar de crônica-resenha e, dentro dele, reunir em livro aquelas que dizem respeito a autores cearenses. Um aspecto interessante é que vc não perde o foco da crônica, da narrativa. Contar uma boa história se sobrepõe à ideia de fazer uma resenha rigorosa, profundamente argumentativa. Conforme faz na debaixo, vc até permite o convívio do argumento contrário ao seu. Seja ele ficcional ou real, certamente obriga o leitor a uma tomada de posição. E, no caso de desconhecimento da obra do autor citado, à procura de conhecer-lhe melhor o estilo para poder opinar. E há casos em que você nem centra tanto na obra, mas na pessoa do escritor, como faz nas dedicadas a Soares Feitosa e a Márcio Catunda, transformados em personagens envolvidos em narrativas especiais. Em suma, um livro sobre livros e autores, as principais e mais significativas aventuras das vidas da maior parte dos escritores. Afinal, poucos de nós são com Oscar Wilde, Rimbaud ou Whitman, que conseguiram ter uma vida real tão dinâmica e repleta de ocorrências quanto a própria obra que deixaram.
Continuarei lendo.
Um grande abraço,
Ricardo Alfaya

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