Caro Nilto,
Aproveito sua mensagem
para registrar o recebimento de seu excelente “Como me tornei imortal”, cuja
leitura estou fazendo aos poucos. Aliás, a crônica “Delírios verbais em
tarde de setembro” poderia ter sido tranquilamente incluída
nele. Foi uma grande ideia que você teve o desenvolvimento desse estilo tão
peculiar de crônica-resenha e, dentro dele, reunir em livro aquelas que dizem
respeito a autores cearenses. Um aspecto interessante é que vc não perde o
foco da crônica, da narrativa. Contar uma boa história se sobrepõe à ideia
de fazer uma resenha rigorosa, profundamente argumentativa. Conforme faz
na debaixo, vc até permite o convívio do argumento contrário ao seu. Seja ele
ficcional ou real, certamente obriga o leitor a uma tomada de posição. E, no
caso de desconhecimento da obra do autor citado, à procura de conhecer-lhe melhor
o estilo para poder opinar. E há casos em que você nem centra tanto na obra,
mas na pessoa do escritor, como faz nas dedicadas a Soares Feitosa e a Márcio
Catunda, transformados em personagens envolvidos em narrativas especiais. Em suma, um livro sobre livros e autores, as principais e mais significativas
aventuras das vidas da maior parte dos escritores. Afinal, poucos de nós são
com Oscar Wilde, Rimbaud ou Whitman, que conseguiram ter uma vida real tão
dinâmica e repleta de ocorrências quanto a própria obra que deixaram.
Continuarei lendo.
Um grande abraço,
Ricardo Alfaya
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