Desde a
adolescência, Flaubert sentia desejos insaciáveis e um tédio atroz.
Ele
confessa, em uma de suas cartas, hoje consideradas documentos importantes não
somente pelo que revelam de sua alma, mas como exercício de estilo que proclama
a consagração a um ofício regular e fatigante, ou seja, ao ato mesmo de
escrever que foi a razão da sua existência e que fez dele – o autor de Bouvard e Pécuchet –, segundo alguns críticos e estudiosos, um dos mártires da
literatura.