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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A fórceps (Carlos Nóbrega)













O que cantar
de tão magra musa
de tão pó a flora
e lira tão penosa?

Entre mágoa e míngua
a imaginação estia
a se repetir no se-repetir
do lacrau caatinga
e das mãos ao alto
dos mandacarus.

Oh que torrão enxuto
Oh mulher inúmida
Oh ser tão enxuto
com seu cabelo seco
sua roupa enxuta
lábio ressecado
como se estivesse
sob um toldo azul:

essa terra mora
embaixo dum telhado
(mesmo que janeiro
feche o guarda-chuva
traga um copo d’água),
Essa terra cora
sob um todo azul.

Já que o tempo é feito
de um sol de incêndio
é visível o vento,
esse gato súbito
E a visagem à frente
dá-se em catarata
como se fervesse
o que de fato ferve.

Pois
o que cantar
de avara lira
de musa tão magra
de tão pó a flora?

Perguntem ao Feitosa
que retira lírios
dos olhos das cobras.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Aos que fazem teatro (W. J. Solha)






Leiam O Laboratório das Incertezas. Paulo Vieira (UFPB 2013) é dono de um senhor currículo, que vai de pós-doutorado em Paris, junto ao grupo Théâtre du Soleil (1996), ao doutorado na USP com tese sobre Plínio Marcos (A Flor e o Mal, Firmo, 1994); e do mestrado com dissertação sobre Paulo Pontes (A Arte das Coisas Sabidas, UFPB 1998), à publicação de bons romances – como O Ronco da Abelha (Beca) e O Peregrino (FCJA) –, mais um Bolsa Funarte de Estímulo à Dramaturgia (2007), com o texto Anita, etc, etc, além do que é chefe do Departamento de Artes Cênicas da UFPB, universidade para a qual criou o Mestrado Institucional em Teatro e, com seus colegas, a Especialização em Representação Teatral.