O que cantar
de tão magra
musa
de tão pó a
flora
e lira tão
penosa?
Entre mágoa e
míngua
a imaginação
estia
a se repetir no
se-repetir
do lacrau
caatinga
e das mãos ao
alto
dos mandacarus.
Oh que torrão
enxuto
Oh mulher inúmida
Oh ser tão
enxuto
com seu cabelo
seco
sua roupa enxuta
lábio ressecado
como se
estivesse
sob um toldo
azul:
essa terra mora
embaixo dum
telhado
(mesmo que
janeiro
feche o
guarda-chuva
traga um copo
d’água),
Essa terra cora
sob um todo
azul.
Já que o tempo é
feito
de um sol de
incêndio
é visível o
vento,
esse gato súbito
E a visagem à
frente
dá-se em
catarata
como se fervesse
o que de fato
ferve.
Pois
o que cantar
de avara lira
de musa tão
magra
de tão pó a
flora?
Perguntem ao Feitosa
que retira lírios
dos olhos das cobras.
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