A gente
nunca sabia quando Alice ia dar o show. Ela
irrompia rua abaixo aos gritos, cabelos alvoroçados, como se tivesse acabado de
ver assombração. Os pés estavam sempre descalços. Usava uma saia um pouco acima do
joelho, naquele limite suficiente para fazer disparar a imaginação. Uma
camiseta, que ela usava sem sutiã, completava o conjunto.
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quinta-feira, 31 de outubro de 2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Viajante (Clauder Arcanjo)
“Esses homens talvez morram com uma tremenda quilometragem
a seu crédito, mas nunca foram a lugar nenhum”. (E. B. White, em Aqui está Nova York)
Quando
criança, o choro. Chave para subir nos braços da mãe e caminhar. Pra lá, pra
cá. Pra cá, pra lá.
Jovem,
a decisão: pé na estrada. A descobrir novos horizontes, segredo para entrar nos
céus de outras cidades. Pra lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
Adulto,
a escolha do meio de vida: viajante. Com a bolsa de produtos a tiracolo, a
descobrir clientes. Pra lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
Hoje,
cansado, olhos baços postos nos chinelos puídos, e uma dor no peito magro.
Preso no asilo, e com a cadeira de balanço a ringir, ao sabor da monotonia. Pra
lá, pra cá. Pra cá, pra lá.
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