(Quadro de Edgar Degas)
Comprou o jornal na banca, como
fazia todas as manhãs, e resolveu estender o passeio por outras quadras, além
das habituais que percorria. Entrou numa rua de edifícios altos, silenciosa,
poucos passantes. Descobriu, no alto da janela de um velho prédio, uma mulher
olhando indiferente a rua, penteando lentamente os cabelos. Ficou olhando-a
curioso e até sorrindo. Chegou à esquina e de lá ficou observando-a. Ela
continuava, ar de devaneio, a pentear-se, em ritmo lento. Balançou a cabeça,
sorriu, e tomou o caminho de casa.