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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Proust e Ruskin (Franklin Jorge)





Em seu exemplar prefácio a “Sésamo e os lírios”, Marcel Proust declara que um livro nunca pode nos contar aquilo que desejamos, mas tão-somente despertar em nós o desejo de saber, pois não é possível recebermos a sabedoria de outrem; é preciso criá-la por nós mesmos.

Proust sugere que o valor da leitura, na infância, não reside no livro em si mesmo [que no seu caso era “O Capitão Fracasso”, de Théophile Gautier] e, sim, nas lembranças inconscientemente conservadas nele, de tal forma valiosas para nosso julgamento atual que, se por acaso, voltamos hoje às mesmas páginas, não é só porque elas representam o único calendário que sobrevive dos dias desaparecidos.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Presentes de Natal (Luiz Martins da Silva)



Cena I

Pai:
– Filho, quero de você um presente!
Filho:
– Não enche, velho.

[Mas, naquele Natal o “velho” não ‘encheu’ e o filho não se drogou].


Cena II

Esposa:
            – Amor! Posso lhe pedir um presentinho de Natal?
Esposo:
            – Pode, não!

[Mas, naquele Natal o marido ‘não bebeu’].


Cena III

Neto:
            – Vô, você vai aparecer na Noite de Natal?
Avô:
            – Querido, eu trabalho de Papai Noel...


[Mas, naquele Natal, o “bom velhinho” foi o próprio Vovô].


Cena IV

Namorado:
            – Amor! Neste Natal, adivinha o que eu quero!
Namorada:
            – Sem camisinha, não vai rolar!

[Mas, naquele Natal, fizeram um teste de HIV].


Cena V

Doente:
            – Na Noite de Natal, me dê um sonífero!
Enfermeira:
            – Pode deixar, você vai sonhar com Papai Noel!

[Mas, naquela Noite de Natal, houve confraternização no Hospital].


 Cena VI

Assaltante:
            – Criança! Avise lá que o Papai Noel chegou!
Criança:
            – Mãe! Tem um homem lá fora, dizendo que ele é Papai Noel!

[Mas, naquela Noite de Natal, o assaltante virou convidado].


Cena VII

Carcereiro:
            – Indulto de Natal! Feliz Natal!
Preso:
            – Adeus! Feliz Ano Novo!

[Mas, depois daquele “saidão”, o beneficiário retornou].


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