Entreguei
a Cleto Milani quatro livros: Cila (Cabedelo: Edição do Autor, 2013), de Ronaldo
Monte; La otra oscuridad/A outra
obscuridade (Mossoró: Sarau das Letras, 2013), de Luis Raúl Calvo; Vento da tarde/ Viento de la tarde
(Mossoró: Sarau das Letras, 2013), de Rizolete Fernandes; e Os ossos da baleia (Vitória: SECULT,
2013), de Jorge Elias Neto. Após a leitura, trocaríamos umas ideias. Talvez a
tanto não chegássemos, tão atarefado ando com meu rebanho de letras. Então se aprontasse
para redigir uma resenha ou crônica. Ele sorriu. Precisa muito de incentivos
desse tipo. Como se pudesse dizer ao mundo: Vejam, também sou crítico e
cronista.
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
O caminho do vento (João Carlos Taveira)
Comecei a ler aos quatro, cinco
anos. Aos sete, aprendi a voar. O primeiro voo, nas asas de um condor,
desvendou as alturas da Cordilheira dos Andes, mais detidamente o chão do Chile
de Gabriela Mistral, de Pablo Neruda. (Meu pai, com sua pequena biblioteca
hispano-americana, possibilitou esse e outros voos.) Depois, naturalmente,
planei em céu nativo: Castro Alves, Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, José
Lins do Rego, José Mauro de Vasconcelos. Ainda bem que a escola ensinava planos
de voo, e outras línguas. Machado, Drummond, Bandeira e alguns outros, só aos
treze, quatorze anos. O destino ainda era incerto. Mas já estava traçado o
caminho do vento.
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