Em 1964, eu tinha 12 anos de idade e assisti ao golpe militar da janela de
minha casa. A morada de meus pais era no Largo Teresa Cristina, 27, defronte
para o prédio do Sindicato dos Operários Portuários de Santos, localizado à Rua
General Câmara, cuja lateral direita dava para a praça. Foi por ali que
chegaram os soldados da Polícia Marítima, do comandante Seco, ostensivamente
armados. Da janela, vi como alguns daqueles homens de uniforme azul com
metralhadoras em punho e longos bastões – que no cais eram mais conhecidos como
“pés de mesa” – escalaram o muro dos fundos do sindicato, assumindo posições
estratégicas.
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quinta-feira, 3 de abril de 2014
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Janela discreta (Tânia Du Bois)
“Atrás das vidraças / sujas da poeira / da rua // protegidos / e isolados / da poeira / da vida // escondidos / e transfigurados / na poeira / do tempo // guardados / e revelados / na poeira” (Pedro Du Bois)
Na janela discreta está a marca do tempo, na paisagem e no vento. O Sol brilha
e a Lua se esconde entre nuvens. A poeira se desloca para todos os lados e com
movimentos circulares se espalha. Mas o que importa é o que o vento traz ou o
que revela do tempo onde se repete em palavras. A palavra é força da natureza
que, uma vez articulada, vira ação. Segundo Mia Couto, “Varrer as avessas:
em vez de limpar os caminhos, espalhávamos sobre eles poeiras...”
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