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terça-feira, 29 de agosto de 2006

A última festa de um homem só (Nilto Maciel)


Estirado no sofá, Fausto lia. Ou talvez apenas namorasse as letras. Não havia mulher no resto da casa. Ninguém mais. Apesar disso, ele vestia um roupão elegante e de seu corpo recendiam perfumes de devassidão.

O livro por pouco não lhe caiu das mãos, quando uma campainha tocou. Não eram horas de despertar. Quem estaria à porta?

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Nilto Maciel: A dor e o humor das almas penadas (Chico Lopes)




A gente nunca sabe quem é de fato o Brasil literário. Temos um elenco de bons nomes na cabeça, pronto para ser repetido quando alguém nos pergunta a respeito de autores brasileiros novos ou mais ou menos novos, mas a quantidade de escritores brasileiros de qualidade que todos, mesmo nós, escritores, desconhecemos, chega a ser um assombro. De modo que é preciso ter muito boa vontade (e isto é coisa de poucos) com as coisas do Brasil para se descobrir escritores longe, muito longe do Sudeste – supostamente o centro de todas as coisas – que escrevem bem, que publicam muito, têm uma longa vida literária e permanecem desconhecidos.