(Extraído de http://rizzenhas.com/)
Para celebrar a ficção científica e, ao mesmo tempo, divulgar novos escritores, foi criado o Projeto Portal. Trata-se de uma revista distribuída gratuitamente entre ávidos leitores amantes do gênero sci-fi dividida em seis volumes semestrais que homenageiam grandes escritores e obras. A última edição organizada por Nelson de Oliveira foi a Portal 2001, referindo-se, claro, a 2001 – Uma Odisséia no Espaço. Entre passado e futuro, monstros e humanos, vemos diversas abordagens da ficção científica que juntas podem compor uma bela viagem pelo espaço.
Os contos que compõem essa edição do Projeto Portal são variados não apenas na abordagem, cenários e personagens, mas também na própria forma com que são escritos. Bom exemplo disso são os textos de Brontops Baruq, que diferem entre eles mesmos. Como uma das melhores partes da revista, Brontops monta dois contos inusitados e, justamente por isso, divertidos. Em Planetas Invisíveis: Diana, fala de um povo que se miniaturiza para resolver os problemas de falta de recursos do lugar onde vivem. Conforme novos conflitos surgem, eles diminuem ainda mais. O outro conto é Rebobinados, um divertido diário de um condenado escolhido para uma viagem intergaláctica, contando a aflição de estar ao lado de um criminoso sexual.
A diferença entre os textos está inclusive na forma com que são escritos. Em Planetas Invisíveis: Diana, Brontops divide pequenos capítulos dentro do conto baseado nas visitas que o personagem/narrador fez ao povo em miniatura. Já em Rebobinados, ele usa frases curtas e numeradas, repetindo-as de forma que montem o texto e nos passe a ironia do personagem preso em uma nave esperando virar a “namoradinha” de seu companheiro de viagem. Ambos os contos terminam com uma dose de sarcasmo que garante sucesso ao texto.
Outro destaque em Portal 2001 é o texto de Daniel Fresnet, Exit, onde explora o orgulho de suas personagens também em uma missão espacial, fechando o conto de forma trágica, porém cômica. Em contrapartida, Rodrigo Novaes de Almeida apresenta textos mais densos, sem parágrafos nem indicação de fala, trabalhando dentro desse espaço diversas personagens. Apesar de curtos, exigem muito do leitor, pois a compreensão do texto está totalmente ligada ao que ele deduziu durante a leitura.
Já Maria Helena Bandeira usa a fórmula curta e leve para falar de novos seres e planetas, com ou sem a participação de humanos. São textos leves e bem escritos, e por isso mesmo poderiam ser mais longos. Com certeza a autora teria ainda mais informações a incluir em suas criativas histórias.
Até aqui, todos os autores trataram do futuro, mas Marcelo L. Bighetti resolveu ambientar sua trama no passado. Voltando à Alemanha da Segunda Guerra Mundial, em Novo Início somos apresentados a Hitler lembrando de momentos de sua vida ligados a experimentos feitos por nazistas. Enquanto narra os flashbacks do líder, o conto nos mostra um grande grupo de casais sendo treinados para uma missão secreta que transporta todos ao passado. Esse é o conto mais estranho do livro, por não haver uma relação direta entre Hitler e a experiência dos nazistas, que levam os casais ao Brasil de 1500. Falta algum elemento para ligar um momento ao outro e dar sentido à história.
O humor pareceu dominar essa edição. Portal 2001 ainda conta com bons textos como Primeiro de Abril – Corpus Christe, de Luiz Brás, ambientado em uma cidade tomada pelas máquinas onde vemos super-herois revividos para combatê-las. Outro destaque é o texto de Fresnot, onde apresenta uma nova teoria que explica a extinção dos dinossauros, tomando como causa a falta de apetite sexual dos animais machos, contando tudo em forma de aula universitária. E também não posso deixar de falar dos textos de Ricardo Delfin, também curtos e que envolvem as mais diversas situações escritas de várias maneiras, como as manchetes de um jornal de Marte em Gazeta Marciana, que narram um dos conflitos do planeta.
Quem adora ficção científica deve conseguir pelo menos uma edição do Projeto Portal. É garantia de bons textos e de grande diversidade de histórias sci-fi. Em Portal 2001, os autores passam claramente a ideia de que a ficção científica pode ser trabalhada das mais diversas formas, e vemos que a maioria delas convencem como história.
• Pequena aprendiz de jornalista que se meteu a fazer resenhas porque estava com vontade de escrever alguma coisa. Além de ler, gosto muito de ficar procurando coisas interessantes na internet. Geralmente encontro no fórum Omega Geek e no Meia Palavra. Também faço resenhas para o Amálgama e o Blog do Meia Palavra, já colaborando com o site Artilharia Cultural e Ambrosia. Penso que, se tivesse talento, viraria cantora, já que amo música e não consigo ficar um dia sem ouvir pelo menos uma. Mas, no fim, literatura é o que mais me atrai.
/////
Para celebrar a ficção científica e, ao mesmo tempo, divulgar novos escritores, foi criado o Projeto Portal. Trata-se de uma revista distribuída gratuitamente entre ávidos leitores amantes do gênero sci-fi dividida em seis volumes semestrais que homenageiam grandes escritores e obras. A última edição organizada por Nelson de Oliveira foi a Portal 2001, referindo-se, claro, a 2001 – Uma Odisséia no Espaço. Entre passado e futuro, monstros e humanos, vemos diversas abordagens da ficção científica que juntas podem compor uma bela viagem pelo espaço.
Os contos que compõem essa edição do Projeto Portal são variados não apenas na abordagem, cenários e personagens, mas também na própria forma com que são escritos. Bom exemplo disso são os textos de Brontops Baruq, que diferem entre eles mesmos. Como uma das melhores partes da revista, Brontops monta dois contos inusitados e, justamente por isso, divertidos. Em Planetas Invisíveis: Diana, fala de um povo que se miniaturiza para resolver os problemas de falta de recursos do lugar onde vivem. Conforme novos conflitos surgem, eles diminuem ainda mais. O outro conto é Rebobinados, um divertido diário de um condenado escolhido para uma viagem intergaláctica, contando a aflição de estar ao lado de um criminoso sexual.
A diferença entre os textos está inclusive na forma com que são escritos. Em Planetas Invisíveis: Diana, Brontops divide pequenos capítulos dentro do conto baseado nas visitas que o personagem/narrador fez ao povo em miniatura. Já em Rebobinados, ele usa frases curtas e numeradas, repetindo-as de forma que montem o texto e nos passe a ironia do personagem preso em uma nave esperando virar a “namoradinha” de seu companheiro de viagem. Ambos os contos terminam com uma dose de sarcasmo que garante sucesso ao texto.
Outro destaque em Portal 2001 é o texto de Daniel Fresnet, Exit, onde explora o orgulho de suas personagens também em uma missão espacial, fechando o conto de forma trágica, porém cômica. Em contrapartida, Rodrigo Novaes de Almeida apresenta textos mais densos, sem parágrafos nem indicação de fala, trabalhando dentro desse espaço diversas personagens. Apesar de curtos, exigem muito do leitor, pois a compreensão do texto está totalmente ligada ao que ele deduziu durante a leitura.
Já Maria Helena Bandeira usa a fórmula curta e leve para falar de novos seres e planetas, com ou sem a participação de humanos. São textos leves e bem escritos, e por isso mesmo poderiam ser mais longos. Com certeza a autora teria ainda mais informações a incluir em suas criativas histórias.
Até aqui, todos os autores trataram do futuro, mas Marcelo L. Bighetti resolveu ambientar sua trama no passado. Voltando à Alemanha da Segunda Guerra Mundial, em Novo Início somos apresentados a Hitler lembrando de momentos de sua vida ligados a experimentos feitos por nazistas. Enquanto narra os flashbacks do líder, o conto nos mostra um grande grupo de casais sendo treinados para uma missão secreta que transporta todos ao passado. Esse é o conto mais estranho do livro, por não haver uma relação direta entre Hitler e a experiência dos nazistas, que levam os casais ao Brasil de 1500. Falta algum elemento para ligar um momento ao outro e dar sentido à história.
O humor pareceu dominar essa edição. Portal 2001 ainda conta com bons textos como Primeiro de Abril – Corpus Christe, de Luiz Brás, ambientado em uma cidade tomada pelas máquinas onde vemos super-herois revividos para combatê-las. Outro destaque é o texto de Fresnot, onde apresenta uma nova teoria que explica a extinção dos dinossauros, tomando como causa a falta de apetite sexual dos animais machos, contando tudo em forma de aula universitária. E também não posso deixar de falar dos textos de Ricardo Delfin, também curtos e que envolvem as mais diversas situações escritas de várias maneiras, como as manchetes de um jornal de Marte em Gazeta Marciana, que narram um dos conflitos do planeta.
Quem adora ficção científica deve conseguir pelo menos uma edição do Projeto Portal. É garantia de bons textos e de grande diversidade de histórias sci-fi. Em Portal 2001, os autores passam claramente a ideia de que a ficção científica pode ser trabalhada das mais diversas formas, e vemos que a maioria delas convencem como história.
• Pequena aprendiz de jornalista que se meteu a fazer resenhas porque estava com vontade de escrever alguma coisa. Além de ler, gosto muito de ficar procurando coisas interessantes na internet. Geralmente encontro no fórum Omega Geek e no Meia Palavra. Também faço resenhas para o Amálgama e o Blog do Meia Palavra, já colaborando com o site Artilharia Cultural e Ambrosia. Penso que, se tivesse talento, viraria cantora, já que amo música e não consigo ficar um dia sem ouvir pelo menos uma. Mas, no fim, literatura é o que mais me atrai.
/////