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terça-feira, 14 de junho de 2011

Certos versos de um domingo (Silmar Bohrer)



Nuvenzinha tão bonita
nas paragens ali do céu,
parece rima favorita
ambulando de déu em déu.

São tantas as ilusões
que nós vamos arrastando
e acabamos alimentando
sonhos-quimeras-desilusões.

Ventares bem fresquinhos
nestas rudes invernias,
espantam os meus versinhos,
minhas rimas e alegrias.

Tantas águas, abundantes,
neste mar a balançar,
tantos versos, os errantes
neste eterno di(de)vagar.

Correm os ventos fresquinhos
nas vacarias do mar...
Levam rimas e versinhos
e os pensares em cismar.

São tristemente tristinhos
alguns versos dos meus versos,
pobres, acabrunhadinhos,
vers(o)(e)jares dispersos.

Vão aos ventos farfalhando
as últimas folhas do outono,
parecem rimas ambulando
em tristíssimo abandono.

Donde tiras tanto verso,
alguém então perguntaria,
em verdade, eu responderia,
(a)junto versos do universo.

Barra do Saí, 120611


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