Incriado; e como fosse um deus
supremo,
E de súbito, num relance e,
momentâneo,
Se nos nasce, e por si só, tão
espontâneo...
Quão grã’o poderio perante o qual tremo!
Então encarna este deus em minh’amada...
Cinge-se dela, em sua beleza e formosura!
Por ser infindo, desmedido, se desmesura;
E nos enleva... faz nossa alma
sublimada!
E o amor que desde então entre
nós vive,
E assim bem como arde, tão logo inflama;
Que se nos abrase, envolva e nos motive,
Conquanto inda nos arda a imortal chama.
Assim, então, mo direi do amor que tive:
É eterno o Amor, porém na alma
que ama!
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