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domingo, 3 de março de 2013

Do amor que tive (Rocha Oliveira)













Incriado; e como fosse um deus supremo,

E de súbito, num relance e, momentâneo,

Se nos nasce, e por si só, tão espontâneo...

Quão grã’o poderio perante o qual tremo!



Então encarna este deus em minh’amada...

Cinge-se dela, em sua beleza e formosura!

Por ser infindo, desmedido, se desmesura;

E nos enleva... faz nossa alma sublimada!



E o amor que desde então entre nós vive,

E assim bem como arde, tão logo inflama;

Que se nos abrase, envolva e nos motive,



Conquanto inda nos arda a imortal chama.

Assim, então, mo direi do amor que tive:

É eterno o Amor, porém na alma que ama!

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