O
Nordeste não para de me surpreender. De repente estou com o Novenário de
Espinhos, estreia na poesia — com aval de Ivan Junqueira — do Clauder
Arcanjo, cearense de Santana do Acaraú —, eu de cara impressionado pela edição
de luxo da Sarau das Letras, de Mossoró, Rio Grande do Norte, executada pela
Expressão Gráfica, de Fortaleza, capa dura, 128 páginas de papel cuchê,
enriquecidas por fotos de Fred Veras, ilustrações de Augusto Paiva,
Lourenço e João Helder Arcanjo, com os versos que seguem o Credo de que este é
um fragmento:
no verbo
percuciente,
na
estrofe em galope,
no poema
impaciente.
Anotei
uma série de achados (não me atrevi a fazê-lo no volume), que vão de imagens
largas como esta:
O nervo
do ocaso amarela,
a fronha
da manhã o ilumina,
a
minudências assim:
Hoje,
resolvi falar tão só
acerca de
coisas inúteis:
três
bocados de arrepios,
duas
xícaras trincadas.
Aí está
Clauder Arcanjo. Que não aceita O verso não limado, / o vocábulo roto e
surrado. Desejo-lhe longa vida.
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